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Histórico-Artístico

CONVENTO DE SANTA CRUZ DOS CAPUCHOS

(Extinto)

Serra de Sintra

Património indexado como valor fundamental da Paisagem Cultural de Sintra

Este singular cenóbio, edificado por entre graníticas penedias e envolto por densa vegetação, foi mandado erigir por D. Álvaro de Castro em 1560, no cumprimento de um voto de seu pai, D. João de Castro, conforme se pode ler numa inscrição existente na igreja conventual: D. Álvaro de Castro do Conselho de Estado e Vedor da Fazenda del’Rei D. Sebastião fundou este Convento por mando do Vice-Rei D. João de Castro seu pai ano de 1560: o padroado é dos sucessores de sua casa. O altar desta igreja é privilegiado todos os dias a qualquer sacerdote que nele celebrar todas as pessoas que concritas e confessadas ou com o propósito de se confessar, visitarem esta igreja na Festa da Invenção da Santa Cruz desde as primeiras vésperas até o sol-posto do dia e rogarem a Deus pela paz entre os príncipes cristãos, estripação das heresias exaltação da Santa Madre Igreja e pela alma de D. João de Castro ganham indulgência plena e remissão de seus pecados. Estas indulgências concedeu o Papa Pio 4.º ano 1564 a instância do mesmo D. Álvaro de Castro, sendo embaixador em Roma.

De facto, os rochedos condicionaram a planimetria orgânica do convento, assim, as paredes de tosca alvenaria das pequeninas e despojadas divisões, como a igreja conventual, as celas, o refeitório, a enfermaria e a sala do capítulo, que ora preenchem os intervalos das fragas, ora se prolongam para além destas, mas sempre em harmonioso equilíbrio com o meio ambiente. Os tectos, as portas e as portadas das janelas estão forradas de cortiça, de forma a combater a humidade e o frio que ali se fazem sentir praticamente todo o ano.

Ao fundo do pequeno pátio interior, onde existe um pequeno fontanário octogonal, ergue-se, precedida de escadaria, uma capela com alpendre e, sob este, mas já na frontaria do templo, destaca-se a representação de São Francisco de Assis e de Santo António de Lisboa, frescos da autoria de André Reinoso, datados de cerca de 1610. O cenóbio foi alvo de ampliação e enriquecido com embrechados e azulejaria setecentista, designadamente na capela do Senhor Morto, localizada à direita do alpendre que precede a entrada. Ao longo da cerca dispersam-se pequenas capelas, algumas inclusas em fragas, mas destaca-se sobretudo a denominada “Cava de Frei Honório”, na qual, segundo uma inscrição colocada sobre a entrada da pequena gruta, o frade terá ali vivido, em penitência, ao longo de trinta anos.

CONVENT OF THE HOLY CROSS OF THE CAPUCHIN ORDER

(Defunct)

Serra de Sintra (Sintra Mountain Range)

Heritage of fundamental value of the Cultural Landscape of Sintra.

This singular cenobium was built among granite boulders surrounded by dense vegetation. It was commissioned by Álvaro de Castro in 1560, in fulfilment of a vow made by his father, João de Castro, as shown in the following inscription in this convent church: Álvaro de Castro, Member of the Council of State and Superintendent of the Exchequor of King Sebastião founded this convent at the behest of his father, Viceroy João de Castro, in 1560. This “Padroado Português” (patronage) pertains to the successors of his house. The altar of this church is always open to any priest who therein celebrates mass for all people who are repentant and have confessed or for the purpose thereof and who visit this church on the Feast of the Invention of the Holy Cross between the time of the first vespers and sunset and who pray to God for peace among Christian princes, the elimination of heresies, exaltation of the Holy Mother Church and the soul of João de Castro who may gain full indulgence and remission for his sins. These indulgences were granted by Pope Pius IV at the request of the said Álvaro de Castro, ambassador in Rome.

The rocks were a constraining factor in the convent’s structural layout and the rough masonry walls of its small, bare divisions as well as the convent church, cells, refectory, infirmary and chapter room which exploit the gaps between the crags and occasionally extend beyond them, albeit always in harmonious balance with the environment. Cork is used to insulate the ceilings, doors and window shutters for the purpose of affording protection from the damp and cold which are felt therein practically all year round.

At the bottom of the small inner courtyard with its small octagonal fountain, is a staircase leading to a chapel and porch under which but at the front of the temple, reference should be made to the frescoes of Saint Francis of Assisi and Saint Anthony of Lisbon by André Reinoso, dated circa 1610. The cenobium’s chapel of the Senhor Morto, located to the right of the porch in front of the entrance was enlarged and enhanced with embedded shells and tiles from the 18th century. Although the enclosure is dotted with small chapels, several of which between the crags, special reference should be made to the Cave of Friar Honório, in which, according to an inscription on the entrance to the small cave, the friar lived there in penance for thirty years.