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Histórico-Artístico

CASTELO DOS MOUROS

Serra de Sintra

Património indexado como valor fundamental da Paisagem Cultural de Sintra

Os mais antigos testemunhos detetados no Castelo dos Mouros datam do século IX. O castelo terá, provavelmente, substituído um burj por uma estrutura mais possante de protecção da vila islâmica de Shintara quer, na consequência das guerras que já dividiam o al-Andaluz, quer na sequência do ataque perpetrado pelo viking Sigurd, o rei-cruzado, que massacrou todos os que se recusaram apostatar a fé em Maomet. De facto, o Castelo de Sintra foi importante no contexto da reconquista que começava a assolar o território de al-Usbuna. Refira-se, ainda a propósito, que este castelo, juntamente com os de Palmela e de Almada, associados a vigias, constituíam os postos de defesa avançada da entrada no estuário do Tejo e comunicavam entre si através da triangulação de sinais codificados. Em 1147, D. Afonso I tomou definitivamente a fortaleza e, em 1154, o primeiro rei de Portugal concedeu carta de foral aos trinta povoadores do castelo. Na alcáçova realce-se a existência de islâmica porta em arco ultrapassado e a cisterna que veio a ser dotada de porta gótica. A segunda cintura de muralhas datará já da época cristã e, no tempo de D. Dinis, os mouros forros de Colares ficaram responsáveis pela conservação dos eirados das torres da fortificação.

Perdida a sua importância geo-estratégica, o castelo foi-se despovoando, ao longo do século XIV, e na sequência dos séculos de abandono, e sobretudo as consequências desastrosas do terramoto de Todos-os-Santos de 1755, causaram grande destruição no edificado. Este só seria mais tarde reabilitado por, D. Fernando II, numa perspetiva historicista de génese romântica que pontua ao longo das estruturas, ora reerguendo panos de muralha, ora colocando merlões, ora reedificando escadarias e os caminhos de ronda.

MOORISH CASTLE

Sintra Mountain Range

Heritage of fundamental value of the Cultural Landscape of Sintra

The earliest signs of the existence of the Moorish Castle date back to the 9th century. The castle was probably built to replace a burj by a more powerful structure to protect the Islamic village of Shintara, both as a consequence of the wars that had already divided the al-Andalus and in the wake of the attack by the Viking crusader king Sigurd who massacred all who refused to apostatise their faith in Mahomet. This Sintra castle played an important role in the Reconquest that was beginning to sweep across the territory of al-Usbuna. The castle, together with those of Palmela and Almada, which operated as sentinels and were also the advance lines of defence of the mouth of the estuary of the river Tagus, used triangulated coded signals to communicate with each other. The fortress was definitively taken in 1147 by Afonso I, the first king of Portugal, who granted a royal charter to the castle’s thirty settlers in 1154. Reference should be made, in its citadel, to the existence of a horseshoe arch Islamic gate and cistern with a gothic door. The second line of walls dates back to the Christian era. At the time of King Dinis, responsibility for the upkeep of this fortification’s roofs and towers was given to the enfranchised Moors of Colares.

The castle was progressively abandoned during the course of the 14th century owing to its demise in geo-strategic terms and following centuries of abandonment and, particularly, the disastrous consequences of the All Saints Day earthquake of 1755, which severely damaged its built parts. The castle was only later to be rehabilitated by King Consort Fernando II (Ferdinand II − a German prince of the House of Saxe-Coburg and Gotha-Koháry), based on a historicist perspective with a Romantic genesis, in evidence along its structures, oft in the rebuilding of walled sections, sometimes by erecting merlons, or rebuilding staircases and routes used for guard duties.