Zona Especial de Proteção

Arquitetura Pública | Antiga Colónia de Férias da Shell Portuguesa

Antiga Colónia de Férias da Shell Portuguesa

Antiga Colónia de Férias da Shell Portuguesa

Trata-se de um equipamento sócio-pedagógico, lúdico-desportivo e assistencial infantil da empresa industrial Shell Portuguesa Limitada, edificado em 1956 na Estrada do Rodízio (sobranceiro à Praia Grande), lugar de Almoçageme, Freguesia de Colares, e destinado a funcionar como Colónia de Férias estivais de centenas de crianças e jovens filhos e netos dos respetivos operários e funcionários.

Com a organização temporal de turnos, os jovens preenchiam as suas férias escolares com atividades revigorantes físicas e morais de voleibol, ginástica, teatro, passeios de campo e praia, bem como repouso, tal inserindo-se nos pressupostos ideológicos político-sociais do regime corporativo do Estado Novo (aliando a modernidade e a tradição, a educação e a instrução ao recreio e ao desporto, graças ao ambiente salutar entre a ruralidade serrana e o litoral marítimo).

Este edifício insere-se na arquitetura nacional modernista, preconizada pelo regime corporativo do Estado Novo (da ordenação autoritária enquanto disciplina social e do nacionalismo patriótico enquanto provincialidade familiar).

Contratado para traçar este projeto, o arquiteto Fernando Silva (1914-1983) aplicou o convencionalismo urbano da sua formação académica em pleno ecossistema natural, expresso num compositivismo monumentalista. Sob o critério fundamental da distribuição espacial geral ou da urbanização parcial do conjunto, Fernando Silva harmonizou uma composição de área livre ajardinada e micro-florestada com área construída.

Em 1956, foi inaugurado um edifício de alvenaria de dois pisos e cobertura de duas águas, com longa fachada fenestrada envidraçada, alçado traseiro fenestrado interrompido a meio, traça urbanizante e acedendo a um grande relvado (compondo-se de: camaratas de 2 a 6 beliches, balneários divididos por idade e género, refeitórios, salão de atividades com equipamentos lúdicos, campos desportivos, campo relvado e pinhal).

Em 2004, as instalações foram alienadas (entre outro património da Shell Portuguesa Limitada) e são atualmente exploradas com a mesma finalidade pela sociedade Roda Viva – Atividades de Lazer Limitada.