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Paisagem | Parque Botânico da Pena

Crédtos: PSML-Wilson Pereira

Parque Botânico da Pena

O Parque da Pena começou a ser plantado, em cerca de 1840, por iniciativa do Rei consorte D. Fernando II, e os trabalhos de jardinagem prolongaram-se ao longo de décadas. Para além das espécies florestais europeias foram também introduzidas muitas outras originárias de regiões distantes, em particular, da América do Norte, da Ásia e da Nova Zelândia, tendo-se assim constituído um arvoredo de grande importância natural, cultural e científico mercê também da adaptação das espécies exógenas ao microclima sintrense.

Uma série de estruturas de lazer e recolhimento, como quiosques, fontes, lagos e miradouros completa este dédalo verdejante. Este Parque botânico, assim como a Tapada do Mouco, o Castelo dos Mouros (que D. Fernando II aforara ao povo de Sintra) e demais propriedades adjacentes, num total de 210, 23 hectares integraram a fazenda pública logo após a morte do Rei e, em 1911, foi entregue aos cuidados dos então designados Serviços Florestais que, em 1941 e na sequência de um grande ciclone, trataram de substituir o arvoredo derrubado.

Às diferentes condições geomorfológicas do Parque da Pena, desde os píncaros rochosos sujeitos às ventosidades até aos lagos dos vales, o jardim desenvolve-se entre vegetação diversificada e distintos arranjos paisagísticos. Nas zonas mais elevadas entre Santa Eufémia e a Cruz Alta subsistem ainda generosos exemplares da vegetação primitiva, como os carvalhos (Quercus rober e Querqus pyrenaica), cedros do Buçaco (Cupressus Lusitanica) e pinheiros bravos (Pinus pinastes). Nos baixios, mais facilmente irrigáveis, prevalecem os espaços nobres dos jardins. Por conseguinte, destacam-se, junto do portão principal, buxos (Buxus sempervirens), teixos (Taxos baccata) e as imponentes sequóias (Sequoia sempervirens). O conjunto formado pelo Jardim da Fonte dos Passarinhos, Lagos, Vale dos Fetos e Jardim das Camélias (Camelia japonica), azáleas e rododendros (Rhododendron sp) concentra maior riqueza botânica e variedade paisagística que não raras vezes sugere o ambiente das ilhas dos mares do Sul com os seus fetos tropicais (Dicksonia sp e Cyathea sp). Finalmente, destacam-se o Jardim Inglês com magníficos exemplares de Cycas e o Jardim da Feteira da Condessa d’Edla.

Pelas suas caraterísticas edafo-climáticas quase únicas, o Parque da Pena tem condições naturais que permitem o desenvolvimento a “céu aberto” de exemplares provenientes das sete partidas do mundo, desde os trópicos, às boreais, passando pelas zonas áridas. O que, de per si, classifica o Parque da Pena como um dos principais Arboretus a nível mundial.

Az zonas altaneiras onde se patenteiam espécies endógenas e os vales com a sua paisagem modelada por mão humana potenciaram o interesse por esta coleção dendrológica que, desde 1916, serviu de “escola prática” ao ensino superior florestal, tutelada pelos Serviços Florestais, e aos investigadores do Instituto Superior de Agronomia. Por despacho conjunto dos Ministros da Agricultura e do Ambiente e Recursos Naturais, de 21 de julho de 1994, o Parque passou a ser gerido pelo Instituto da Conservação da Natureza, tendo integrado, aquando da sua criação a Parques de Sintra Monte da Lua que detém, atualmente, a sua gestão.

Listagem das espécies botânicas existentes